O Linear e o Pictórico II : Escultura e Arquitetura

Escultura é arte representativa de massas corpóreas e desconhece linhas precisas, todavia o contraste entre tipo linear e pictórico existe.

No barroco, por exemplo, o contorno e ponto de vista determinado são negados, diferentemente da escultura clássica. Não que esta última não possa ser admirada por distintos pontos de vista, mas sempre haverá um ponto principal ao observador.

Considerando o processo evolutivo do jogo de luzes e formas, a técnica escultórica sofre a mesma dificuldade na distinção entre onde termina o linear e se inicia o pictórico, assim como nas pinturas durante esse período histórico-artístico.

Il Sansovino, San Giacomo Maggiore (Catedral de S. Maria del Fiore, Florença)

Exemplo de escultura no renascimento italiano

Pierre Puget, São Sebastião (Basílica di Santa Maria Assunta di Carignano, Gênova)

Escultura barroca, com suas formas dinâmicas

Nota-se que São Giacomo de Sansovino possui uma impressão clássica escultórica e é melhor admirada através de sua principal faceta, ou seja, frontalmente a obra esclarece sua unidade rítmica.

A obra barroca de Puget já incita dinamismo ótico para o observador compreendê-la, não havendo um ponto de vista principal e tornando-a uma forma com movimento próprio.

ARQUITETURA

A impressão espacial é própria de cada arquitetura e de quem a observa, e sua forma é essencialmente definida pela linearidade. Logo, o pictórico na arquitetura é o modo variado pelas quais as mesmas podem representar. Ou seja, quanto mais as linhas de distanciam de sua forma objetiva, mais pictórica será sua arquitetura.

O gosto clássico trabalha exclusivamente no âmbito de limites evidentes em seu contorno linear e cada superfície tem seu limite preciso, cada cubo se apresenta tátil, nada que não possa ser fixado em sua entidade corpórea. Assim também se aplica às luzes e sombras, mais concretas.

O barroco não usa a linha em seu valor de contorno, e multiplica suas margens e transforma as partes dificilmente identificáveis de modo isolado, criando uma espécie de movimento ótico, mutável. Considera-se que os elementos decorativos complementares devem participar dessa teatralidade, para não interromper esse ilusionismo no ambiente.

Palazzo Medici-Riccardi (Florença)

Palazzo renascentista com suas formas precisas (fachada principal)

Palazzo Medici-Riccardi (Florença)

Palazzo renascentista e seu pátio interno

Igreja de Sant’Andrea dela Valle (Roma)
Arquitetura religiosa barroca e sua fachada

Igreja de Sant’Andrea dela Valle (Roma)

Arquitetura religiosa barroca e seu interno

Fonte das Imagens: Internet