Vandalismo na Arte: Pietà, de Michelangelo



Imagem da Pietà após restauro
Obra de Michelangelo durante o Renascimento

Em 21 de Maio de 1972 às 11:30h da manhã no dia de Pentecostes, um geólogo australiano de origem húngara chamado László Tóth, de 34 anos, distraindo os guardas conseguiu atacar com um martelo a estátua da Pietà, do artista renascentista Michelangelo. Ele a golpeou 15 vezes em um tempo de poucos segundos, enquanto gritava: “Eu sou Jesus Cristo, ressuscitado dos mortos!” em italiano.

Tóth entrou na Basílica de São Pedro naquela manhã e pulou rapidamente a mureta que separava os visitantes da escultura. Vestia um casaco azul tipo impermeável e uma camisa vermelha. Era alto e magro, tinha cabelos longos e uma curta barba loira. Despindo-se do pesado casaco para ter seus movimentos livres, pegou sua marreta de peso 5kg e golpeou primeiro a cabeça da Virgem e depois, muitas vezes, o rosto e os braços, porém deixando intacta a figura de Cristo.

Ao fazer isso, gritava a frase. E aí foi capturado pelos seguranças do local e arrastado para longe da estátua.

Tóth sendo retirado às pressas de perto da escultura
Em poucos minutos, um grande dano

Ato de vandalismo
O momento exato das marteladas

A Obra e o Restauro

 
A Pietà Vaticana é uma escultura em mármore realizada pelo mestre Michelangelo Buonarotti entre 1497 e 1499, conservada atualmente na Basílica de São Pedro em Roma. Se trata do primeira obra-prima do artista, considerada uma das maiores obras realizadas no mundo. Sua assinatura está escrita na faixa sobre o manto da Virgem.

Após a agressão de Tóth, a Pietà sofreu danos muito sérios, principalmente a Virgem: os golpes de martelo tinham-na despedaçado em cinquenta fragmentos, quebrando o braço esquerdo e trincando o cotovelo, enquanto seu rosto tinha o nariz quase destruído completamente, assim como as pálpebras. O restauro foi quase imediato após estudos, e foi realizado com o máximo possível de pedaços originais e uma mistura à base de cola e pó de mármore. Hoje a Pietà está protegida atrás de um vidro blindado.

Resultado logo após a agressão
A Virgem com o braço, nariz e pálpebras danificados

A imagem mostra o rosto da Virgem após os golpes de marreta
A estátua de perfil, antes e depois

Quem era o agressor

 
Pouco se conhece da vida de László Tóth antes do evento que o tornou famoso. Nascido na Hungria, se transferiu para a Austrália em 1965 tornando cidadão australiano na cidade de Sidney. Durante o verão de 1971 foi até o Vaticano em Roma, pedindo insistentemente para ver o Papa Paulo VI pois afirmava que era o Cristo em pessoa. No entanto, por esse comportamento foi barrado pelas autoridades vaticanas e categorizado como “pessoa indesejável”. Segundo artigos publicados, ao invés retornar à Austrália, Tóth permaneceu na Itália por ainda 10 meses, antes do ato de vandalismo.

Interrogado em seguida ao que aconteceu, Tóth demonstra de não compreender as perguntas feitas em italiano, mesmo se durante o ataque tivesse falado o idioma. Afirmou saber somente o inglês e repetia frases desconexas durante todo o interrogatório, permanecendo na convicção de ser Jesus e disse: “O que essa estátua faz aqui? Cristo sou eu e estou vivo, sou Ele ressuscitado e reencarnado, destruam todos os simulacros”.

Apesar do ocorrido, não foi incriminado mas sim internado em um manicômio por dois anos, e depois remandado para a Austrália.

László Tóth: O agressor da Pietà do Vaticano


Fontes e Imagens:

https://liveromeguide.wordpress.com/2013/08/07/quando-la-pieta-di-michelangelo-fu-vandalizzata-a-martellate/
http://curiosando708090.altervista.org/pieta-michelangelo-atto-vandalico/

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