Autor: Leonardo Da Vinci
Local: refeitório do antigo
convento dominicano de Santa Maria delle Grazie, Milão, Itália
Ano: aproximadamente entre 1494-1498
Técnica: Afresco e pintura "a seco" sobre parede
Dimensões: 4,60m x 8,80m
Movimento: Renascimento italiano
No 5º centenário de sua morte, o grande gênio universal é celebrado em toda a Itália e no mundo.
Hoje faço minha outra homenagem a uma de suas obras:
Detalhe da obra Da esquerda para direita: Cristo, Tomé, Tiago Maior e Filipe |
A Última Ceia (em italiano
Il Cenacolo Vinciano) é um afresco encomendado como parte de um plano de
reformas na igreja e em seus edifícios conventuais por Ludovico Sforza, duque
de Milão.
Este tema religioso era
tradicional em refeitórios monásticos, mas a interpretação de Leonardo deu um
maior realismo e profundidade à cena representada e ao lugar.
As Figuras
Em termos iconográficos, a
narrativa da Última Ceia representa o momento bíblico em que Cristo faz sua última refeição com os discípulos, baseada em João 13:21, no qual partilha o pão e o vinho e em seguida anuncia a traição que sofrerá.
Cristo é
representado com os braços abertos, em forma triangular e num gesto de resignação tranquila, formando
o eixo central da composição e as figuras dos discípulos estão representadas
num ambiente definido do ponto de vista da perspectiva.
A arquitetura serve apenas
de apoio às figuras, que são o foco principal da composição. Assim, em vez de os
elementos arquitetônicos pintados se sobreporem às figuras, eles ajudam à
representação dando destaque a elas e atribuindo à pintura profundidade.
Em gestos dramáticos, os
apóstolos se agrupam em quatro grupos de três, deixando Cristo relativamente
isolado ao centro.
Técnica
Para a realização desta
pintura mural, Leonardo não optou totalmente pela tradicional técnica de
afresco mais comum - composta por pigmentos sobre reboco úmido -, mas decidiu
experimentar com um ligante à base de óleo sobre gesso seco. Ou seja, retratou
a cena "a seco" na parede do refeitório.
Esta escolha talvez se
deva ao fato de ele querer dar um aspeto específico à pintura, com diferentes
tonalidades, jogar com o claro/escuro, como era sua característica. Também pode
ter sido uma escolha influenciada pelo fato do pintor não dominar a técnica de
afresco, assim como o fato de o óleo permitir pintar em camadas e assim
repensar a obra enquanto se realizava.
Conservação
Independentemente das
razões, a verdade é que a escolha da técnica se revelou catastrófica para a
conservação da pintura.
A obra então sofreu
incontáveis intervenções, repinturas, e outros danos como o fato de no século
19 os soldados de Napoleão terem usado o refeitório como estábulo. Ou pelo fato
de as instalações terem sofrido severos danos com os bombardeamentos de 1943,
que acabou deixando a obra exposta às agressões externas.
A mais recente restauração
foi de 1978 a 1999, quando vários métodos científicos foram utilizados para restaurar
as cores originais e, quando possível, para remover traços do verniz aplicado
nas tentativas anteriores de restaurar o afresco.
Imagem do ambiente refeitório do antigo convento dominicano de Santa Maria delle Grazie |
Fontes e Imagens:
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