A Última Ceia, de Leonardo da Vinci


Autor: Leonardo Da Vinci
Local: refeitório do antigo convento dominicano de Santa Maria delle Grazie, Milão, Itália
Ano:  aproximadamente entre 1494-1498
Técnica: Afresco e pintura "a seco" sobre parede
Dimensões: 4,60m x 8,80m
Movimento: Renascimento italiano

2019 é o ano de Leonardo Da Vinci!

No 5º centenário de sua morte, o grande gênio universal é celebrado em toda a Itália e no mundo.

Hoje faço minha outra homenagem a uma de suas obras:

Detalhe da obra
Da esquerda para direita: Cristo, Tomé, Tiago Maior e Filipe


A Última Ceia (em italiano Il Cenacolo Vinciano) é um afresco encomendado como parte de um plano de reformas na igreja e em seus edifícios conventuais por Ludovico Sforza, duque de Milão.

Este tema religioso era tradicional em refeitórios monásticos, mas a interpretação de Leonardo deu um maior realismo e profundidade à cena representada e ao lugar.

As Figuras

Em termos iconográficos, a narrativa da Última Ceia representa o momento bíblico em que Cristo faz sua última refeição com os discípulos, baseada em João 13:21, no qual partilha o pão e o vinho e em seguida anuncia a traição que sofrerá.

Cristo é representado com os braços abertos, em forma triangular e num gesto de resignação tranquila, formando o eixo central da composição e as figuras dos discípulos estão representadas num ambiente definido do ponto de vista da perspectiva.

A arquitetura serve apenas de apoio às figuras, que são o foco principal da composição. Assim, em vez de os elementos arquitetônicos pintados se sobreporem às figuras, eles ajudam à representação dando destaque a elas e atribuindo à pintura profundidade.

Em gestos dramáticos, os apóstolos se agrupam em quatro grupos de três, deixando Cristo relativamente isolado ao centro

Estas identificações provêm de um manuscrito autógrafo de Leonardo encontrado no século XIX:
Da esquerda para a direita (do ponto de vista de quem está diante da pintura), segundo as cabeças, estão: no primeiro grupo, Bartolomeu, Tiago Menor e André; no segundo grupo, Judas Iscariotes, São Pedro (cabelo branco) e João (imberbe); Cristo ao centro; no terceiro grupo, Tomé, Tiago Maior e Filipe (também imberbe); e no quarto grupo, Mateus (aparentemente com barba rala), Judas Tadeu e Simão Cananeu também chamado de Simão, o Zelote, por último.

Técnica

Para a realização desta pintura mural, Leonardo não optou totalmente pela tradicional técnica de afresco mais comum - composta por pigmentos sobre reboco úmido -, mas decidiu experimentar com um ligante à base de óleo sobre gesso seco. Ou seja, retratou a cena "a seco" na parede do refeitório.

Esta escolha talvez se deva ao fato de ele querer dar um aspeto específico à pintura, com diferentes tonalidades, jogar com o claro/escuro, como era sua característica. Também pode ter sido uma escolha influenciada pelo fato do pintor não dominar a técnica de afresco, assim como o fato de o óleo permitir pintar em camadas e assim repensar a obra enquanto se realizava.

Conservação

Independentemente das razões, a verdade é que a escolha da técnica se revelou catastrófica para a conservação da pintura.

A obra então sofreu incontáveis intervenções, repinturas, e outros danos como o fato de no século 19 os soldados de Napoleão terem usado o refeitório como estábulo. Ou pelo fato de as instalações terem sofrido severos danos com os bombardeamentos de 1943, que acabou deixando a obra exposta às agressões externas.

A mais recente restauração foi de 1978 a 1999, quando vários métodos científicos foram utilizados para restaurar as cores originais e, quando possível, para remover traços do verniz aplicado nas tentativas anteriores de restaurar o afresco.

Imagem do ambiente
refeitório do antigo convento dominicano de Santa Maria delle Grazie

Fontes e Imagens:

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