Autora: Tarsila do Amaral
Local: Museu de Arte Latino-americana de Buenos Aires (MALBA)
Ano: 1928
Técnica: Óleo sobre tela
Dimensões: 85 cm x 72 cm
Movimento: Modernismo
Seis
anos após o início oficial do Movimento Modernista no Brasil em 1922, a artista plástica Tarsila
do Amaral para presentear o então marido, o escritor Oswald de Andrade, deu-lhe a tela Abaporu (aba = homem; poru = que come). Assim, o poeta
Raul Bopp perguntou a Oswald: “Vamos fazer um movimento em torno desse
quadro?”. O nome do movimento recuperava a crença indígena: os índios
antropófagos, ou canibais, comiam o inimigo supondo que assim estavam assimilando suas
qualidades.
Na
pintura vemos um homem sentado com grandes pés e mãos, e ainda o sol e um cacto. As cores
parecem remeter, intencionalmente, as cores da bandeira brasileira. O homem
representado transmite uma certa melancolia, pois o posicionamento da cabeça e
expressão denotam alguma tristeza. Além disso, o pé grande também pode revelar
uma forte conexão do ser humano com a terra. A cabeça pequena pode significar a
falta de pensamento crítico, que se limita a trabalhar com força, mas sem
pensar muito, sendo então uma possível crítica para a sociedade daquela época.
Mas
o que seria apenas um presente de aniversário de uma artista para seu marido
acabou transcendendo qualquer relacionamento para se tornar um dos quadros mais
famosos do Brasil - e, certamente, o mais valioso (por todo seu simbolismo e
pela importância histórica e artística, o Abaporu está avaliado em mais de 40
milhões de dólares).
O
Manifesto Antropofágico
Buscava
a importação de novidades europeias, como surrealismo e cubismo, com objetivo de movimentar o pensamento e depois antropofagicamente, isto é, criticamente, devorar estas novidades e
influências à medida que os modernistas redescobrem a realidade brasileira na arte.
Oswald
de Andrade se propõe a explicar o que é antropofagia e isso aconteceu em 1928
por meio da publicação do Manifesto Antropofágico. É publicado no primeiro
número da recém-fundada Revista de Antropofagia, veículo de difusão do
movimento antropofágico brasileiro.
A Antropofagia tem entre seus principais marcos a pintura Abaporu de Tarsila do Amaral e o livro Cobra Norato, de Raul Bopp. Na música podemos citar Villa-Lobos que se apropriou da música de J.S. Bach para compor uma obra originalmente brasileira: As Bachianas Brasileiras. É válido ressaltar a obra Operários, também de Tarsila do Amaral, A Lua (1928), O Lago (1928), Cartão Postal (1929) e Sol Poente (1929).
Fontes e Imagens:
https://laart.art.br/blog/o-que-e-antropofagia/
https://www.historiadasartes.com/nobrasil/arte-no-seculo-20/modernismo/manifesto-antropofagico/
https://enciclopedia.itaucultural.org.br/termo339/manifesto-antropofago
https://pt.wikipedia.org/wiki/Movimento_antropof%C3%A1gico
https://pt.wikipedia.org/wiki/Abaporu
https://www.historiadasartes.com/sala-dos-professores/abaporu-de-tarsila-do-amaral/
https://arteblog.com.br/abaporu-de-tarsila-do-amaral/
Comentários
Postar um comentário