Criadas pelos antigos gregos e romanos, as cinco ordens clássicas foram durante muito tempo uma parte inseparável da arquitetura.
São elas: dórica, jônica e coríntia, de caráter grego e ainda, as ordens toscana e compósita, de caráter romano. As três primeiras eram um desenvolvimento das colunas egípcias que simbolizavam feixes de junco amarrados. Os capitéis gregos eram inspirados em formas naturais, como chifres de carneiro e folhas de acanto.
As diferenciações a cada uma das nomenclaturas são evidenciadas na composição e/ou ornamentação dos capitéis – extremidade superior da coluna, responsável por transferir os esforços e descarregá-los sobre até a base.
Nesse post iremos tratar da primeira das ordens gregas:
A Ordem Dórica
É considerada a primeira e mais rústica das ordens gregas. Seu surgimento é datado de aproximadamente 10 séculos antes de Cristo junto à conquista do povo dório na região sul da Grécia. Segundo Vitrúvio (romano autor do tratado "De Architectura" que compreende dez livros) a origem deste estilo pode ter ocorrido a partir de construções rústicas em madeira.
Sobre os dórios, tinham grande dedicação pelo militarismo e juntamente com os jônios, os eólios e os aqueus, os dórios fizeram parta da formação de várias cidades-estado da Grécia, assim como da cultura grega.
Provavelmente os templos mais sagrados e ricos foram sendo reconstruídos em pedra, gradualmente. Entretanto, as formas sagradas deveriam ser preservadas, de forma que a pedra imitasse a carpintaria e acabamentos estilizados em madeira. Posteriormente, os templos foram copiados e replicados sistematicamente, tornando seus desenhos consolidados e estáveis.
A ordem clássica dórica foi bastante empregada em edifícios religiosos (templos) em homenagem às divindades masculinas. Isto se dá devido a suas linhas rudimentares e estéticas ligadas à proporção do corpo masculino. Ainda de acordo com Vitrúvio, o dórico exemplifica “proporção, força e garra do corpo masculino”. São exclusividades do estilo dórico a simplicidade e o rigor das formas (embora o Parthenon, uma edificação que possui a ordem dórica na sua composição seja dedicada a Atena, divindade feminina).
Composição
A coluna dórica constitui-se do fuste (a coluna em si) e o capitel (o coroamento da coluna), mas não possui base, tradicionalmente. Tem aproximadamente seis vezes o tamanho do diâmetro da coluna em altura. O fuste é raramente monolítico e pode apresentar vinte estrias ou sulcos verticais, segundo Vitrúvio, denominadas caneluras.
O capitel é formado pelo équino, ou coxim, que se assemelha a uma almofada e por um elemento quadrangular, o ábaco, esculpido no mesmo bloco do capitel, apesar de não aparentar. A cornija apresenta-se horizontal nas alas, quebrando-se em ângulo nas fachadas de acordo com o telhado de duas águas.
Os triglifos se assemelham às extremidades das ancestrais vigas de madeira visíveis do lado externo do entablamento, apoiadas na arquitrave.
Entablamento dórico
Arquitrave: sustenta o peso do telhado, feita de blocos é lisa por fora e por dentro.
Friso: Uma sequência alternada de tríglifos e métopas. Os tríglifos são as formas retangulares que possuem dois sulcos no centro, e dois meios sulcos nas laterais. Já as métopas são os blocos entre os tríglifos, normalmente adornados com esculturas, como representado na imagem.
Tênia: filete entre o friso e a arquitrave.
Régua: com gotas, situadas a baixo da tênia, uma embaixo de cada tríglifo.
Cornija: filetes que forma o beiral do telhado.
Coluna dórica
As colunas dóricas são robustas e de forma delgada, salientando os fustes que possuem grandes diâmetros.
Base: Não existe uma base nessa ordem, ou seja, não existe um elemento entre o fuste e a estilóbata.
Fuste: O fuste possui caneluras, de dezesseis a vinte mais precisamente, que são separadas por nervuras.
Capitel: O capitel é formado pelo ábaco, equino e ânulo (no desenho acima colariño), este último faz a junção entre o equino e o fuste.
Plataforma
Estilóbato: O plano em que se “levanta” o templo.
Estereóbata: Os planos abaixo do estilóbato que elevam o templo do nível do terreno.
Fontes e Imagens:
https://historiaartearquitetura.com/2017/03/17/ordens-classicas/
https://arquiteture-se-ufop.blogspot.com/2014/11/um-pouco-sobre-as-ordens-classicas.html
https://arquiteturaempassos.wordpress.com/2017/02/09/as-ordens-classicas/
https://www.infoescola.com/civilizacoes-antigas/dorios/
https://www.ebad.info/vitruvius
http://44arquitetura.com.br/2018/08/ordens-classicas-arquitetura/
http://www.colegiodearquitetos.com.br/dicionario/2013/02/o-que-e-coluna-dorica/
https://concretoemcurva.com/2016/02/17/arquitetura-grega-ordens-e-templos/
GLANCEY,
Jonathan. A História da Arquitetura. São Paulo: Edições Loyola, 2001. p.
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